sábado, 20 de agosto de 2011

Overdose

Veio como o último suspiro de um fadigar escarrado: O fim me apetece mais do que a discórdia.

Não marquei a hora em que corri para longe dos meus, das luzes, do rock e do cigarro. Apenas corri, como alguém que ainda possui uma chance de reverter o veneno; o mesmo que em forma de chuva molhou meu jeans e minha falta de vergonha.

O efeito do álcool assombrou minhas pálpebras, e como se fossem apenas líquido, palpitaram entre um pulo e uma visão: Que eras aquele homem? Que eram seus pensamentos? Que era sua noite, sua dor, seu amor. Que eras?

Que eras o vento que me ultrapassou. Que eras a dor que deveras tu sentias.  Eu sentia. Que eram as pessoas, que eram seus gestos, que era eu debruçada na mesa molhada e cheia das tuas mágoas. Que eras?

Nada.

Um extremo Nada.

Já sem sentir o meu corpo e entregando-me ao cansaço, permiti que o asfalto marcasse o meu rosto.
Voei em queda livre, troquei a vida pela paz.
Cai.

Cai pois, desta forma eu ainda teria o meu abraço, e o teu escarro.
Que eras a minha morte?
Que eras?

Que eras?

(…)

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