domingo, 17 de julho de 2011

Perfection

E a Arte é a dor em forma de pensamento.
A alegria camuflada em meio ao único ser maior que a vida, a Criação, que quando não exposta de forma equivalente, expira dentre as frestas e transforma seu corpo num objeto inválido e vazio; despedaçado; tão incompleto que se torna capaz de entregar-se a morte, ao sacrifício, ao pseudo drama visto a olhos nus.
Cuidado Criatura, pois ela envolve tua alma e a espreme... Lhe apetece os sonhos maus?
Por que me faz querê-la? Por que te desejo mais que meu próprio prazer carnal? Não posso abriga-la em meu corpo, e suas vestes estão rasgando a minha pele. Como suportar? Como não te derrubar dos meus braços?
És para mim a fuga e o único sentido.
Ó dor, eu estou apaixonada!
Liberte-me...
"Estás hipnotizada. Nada conseguirás! Nada conseguirás!"
Liberte-me... Liberte-me... Liberte-me da minha consciência.
Me leve!
Estarei pronta para senti-la:
Satisfaça-me.
E a Arte é o que sobra do desespero.
A complexidade camuflada em cores quentes, o ápice, que quando exposto faz os olhos congelarem e os batimentos pararem; alucinados; tão completo que se torna capaz de entregar-se à vida, à ardência, ao desejo.
É o quê não existe, mas que pode ser tocado:
Perfection.

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