terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Eu não falo de Amor

Não falo de amor, meu jovem. O amor é algo que devemos viver e eu já não tenho fôlego para isso. Sobrevivo apenas entre goladas de café, uma vez ou outra mantendo minhas pálperas ardentes. Mas não, não falo de amor.

Minha mente é espada e fonte de todas minhas misérias. Eu escolhi falar sobre minha liberdade e tenho total consciência sobre meu fardo. Por isso, não me julgue e não me aprisione, pois eu não irei falar de amor…

Pobre quadro envenenado, perdido nas paredes de mármore. Suas cores trazem sentimentos repreendidos, assim como a maioria dos humanos. Sua participação é quase nula, é para poucos, não? É uma camuflagem, nenhum desses merecem seu vermelho.

Seus mistérios baseiam-se em segredos mal guardados e mal escondidos. Sua liberdade de expressão é fazer com que o homem nunca os descubra, embora estejam tão em carne viva.

Aceitar sua objetividade é como soldar a ponta desta espada aparentemente absoluta. Seu lábios abstratos gritam por entendimento, por envolvimento, por paixão.

Pobre quadro envenenado, tão certo quanto a sua origem e tão cego para enxergar o seu futuro. Não poderá, como um pobre homem, dançar em um leilão de vaidades. Não poderá, como uma doce Monalisa, sorrir para os seus: Caberá a si próprio a sua própria beleza.

Por isso eu lhe digo, meu jovem: Cabe a você definir o seu valor. E dentre todas as minhas razões, é por isso que eu não falo de amor.

2 comentários:

  1. Mas quem é que se arrisca a falar de amor? ^^
    Como sempre, muito bom!
    Adoro passar por aqui.

    "Por isso, não me julgue e não me aprisione, pois eu não irei falar de amor…"

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  2. Melhor enredo não há!
    Assemelha-se ao V de Vingança.

    "Aceitar sua objetividade é como soldar a ponta desta espada aparentemente absoluta."

    Assim como Guy Fawkes falhou, nossas espadas são aparentemente absolutas.
    Mas nossas idéias não tem vida, nem morte, enquanto houver alguem para contá-las, ou relembrá-las.

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