quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Entre as linhas de um lençol velho

Ando tão vazia de amores, tão corriqueira quanto às minhas memórias. As figuras não mudam, elas apenas transparecem em um fundo maior a cada minuto. Não sei bem ao certo sobre o que, mas eu quero transcender... Apenas dizer. Dizer palavras simples, não banais. Dizer o que me vier a cabeça, algo sobre o tempo real.
Ando tão sem emoções, tão saudosa de turbulências. Do que falarei?
Invento amores antigos e feridas profundas, nada me inspira. Fico presa ao contraste de idéias, entrelaçando meu mundo artificial com a realidade. Remendando meu infinito tão bem favorecido e esclarecido, com a verdade surreal e complicada. Por que não ao contrário como de costume? Nunca precisei presenciar para sentir. Por que agora preciso para demonstrar?
Ando tão vazia de palavras, tão rotineira quanto meus sentimentos. Como não ser repetitiva?
O meu desejo é o de acordar e lhe contar uma história. Uma história que carregue todo o peso da minha mente. Que te surpreenda e que te emocione, sem te entristecer. Que te faça sorrir sem tirar tua seriedade. Que te faça olhar nos meus olhos, fixar sua atenção em minha voz, te ter por alguns minutos...
Ando tão sem ninguém...
Você pode me fazer companhia? Aceito teu silêncio, até seu mal humor. Só preciso não estar sozinha. Prometo que não demorarei para fechar os olhos. Prometo que não falarei mais. Apenas fique comigo.
Ando tão insatisfeita, tão dependente de explicações.
Me guardarei por esta noite, já que as conclusões também não me acompanharam. Terminarei sem fim, porque talvez, você não esteja me ouvindo, e porque talvez, eu nem queira saber.
Ando tão vazia de...
respostas.
(...)

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