domingo, 10 de janeiro de 2010

Onde você está, Querido?

Eu preciso quebrar alguns espelhos que ainda refletem a sua imagem. Quero te-lo feito chuva de dezembro, por inteiro, intenso. Não apenas mais uma fotografia.
Eu preciso quebrar o que sempre foi igual, como o frio no mês de julho, quero uma luz amarela.
Antes, as gotas de chuva não te deixavam ouvir minha voz pelo telefone, porém agora, o sol gritou em meu lugar, você respondeu, surpreendido.
Qual é a sua vontade, Querido? Agora sou eu que não posso te ouvir.
Nunca vi ninguém suportar essa dor, até encontrar os teus olhos.
Você é vencedor dos jogos que criou, se orgulha das alternativas que encontrou, e até acha graça quando me esquece por alguns segundos nos braços de outro alguém.
Qual é o único troféu que ainda não conseguiu? Já pensou nisso, meu Querido?
Você sempre esteve comigo e eu sempre estive com você.
Aonde estamos agora? Veja onde estamos agora.
Com suas palavras seguras, você quase consegue me convencer.
Eu disse quase.
Olho para onde estamos agora, vejo que ainda somos amigos guardados em algum bolso da calça jeans.
Imagine onde estaremos amanhã, isso lhe agrada?
Estou te deixando ir.
Fugir pode significar medo, entretanto também é liberdade.
Por isso, te deixo livre, meu Querido.
Esperando que você veja onde estamos agora, feito folhas que caem num outono qualquer, conformadas.
Sempre esperando que veja por um momento nós, e não apenas você,
meu Querido.

2 comentários:

  1. ual!
    seus textos são apaixonantes Gi!
    sério, não é daqueles que lhe fornecem as informações e pensamentos mastigados. Os seus nos faz pensar, nos faz sentir.

    não para não ;D
    beijinhos das Gabs!

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  2. Muito bem escrito. *_*
    Vs consegue deixar a leitura dinâmica, com um texto espressivo e interessante. Além de inteligente.
    Resumindo, apaixonante.

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