tag:blogger.com,1999:blog-9871192436042202142024-03-08T03:57:30.680-03:00Mesmo quando a boca calaGiovanahttp://www.blogger.com/profile/04158705054090786205noreply@blogger.comBlogger29125tag:blogger.com,1999:blog-987119243604220214.post-88225374586976339692011-08-20T13:29:00.008-03:002012-02-21T02:32:58.163-02:00Overdose<p>Veio como o último suspiro de um fadigar escarrado: O fim me apetece mais do que a discórdia.</p> <p>Não marquei a hora em que corri para longe dos meus, das luzes, do rock e do cigarro. Apenas corri, como alguém que ainda possui uma chance de reverter o veneno; o mesmo que em forma de chuva molhou meu jeans e minha falta de vergonha.</p> <p>O efeito do álcool assombrou minhas pálpebras, e como se fossem apenas líquido, palpitaram entre um pulo e uma visão: Que eras aquele homem? Que eram seus pensamentos? Que era sua noite, sua dor, seu amor. Que eras?</p> <p>Que eras o vento que me ultrapassou. Que eras a dor que deveras tu sentias. Eu sentia. Que eram as pessoas, que eram seus gestos, que era eu debruçada na mesa molhada e cheia das tuas mágoas. Que eras?</p> <p>Nada.</p> <p>Um extremo Nada.</p> <p>Já sem sentir o meu corpo e entregando-me ao cansaço, permiti que o asfalto marcasse o meu rosto.<br />Voei em queda livre, troquei a vida pela paz.<br />Cai.<br /><br />Cai pois, desta forma eu ainda teria o meu abraço, e o teu escarro.<br />Que eras a minha morte?<br />Que eras?</p> <p>Que eras?</p> <p>(…)</p>Giovanahttp://www.blogger.com/profile/04158705054090786205noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-987119243604220214.post-82768817305573143012011-07-17T18:32:00.011-03:002012-02-21T02:21:39.229-02:00PerfectionE a Arte é a dor em forma de pensamento.<br />A alegria camuflada em meio ao único ser maior que a vida, a Criação, que quando não exposta de forma equivalente, expira dentre as frestas e transforma seu corpo num objeto inválido e vazio; despedaçado; tão incompleto que se torna capaz de entregar-se a morte, ao sacrifício, ao pseudo drama visto a olhos nus.<br />Cuidado Criatura, pois ela envolve tua alma e a espreme... Lhe apetece os sonhos maus?<br />Por que me faz querê-la? Por que te desejo mais que meu próprio prazer carnal? Não posso abriga-la em meu corpo, e suas vestes estão rasgando a minha pele. Como suportar? Como não te derrubar dos meus braços?<br />És para mim a fuga e o único sentido. <br />Ó dor, eu estou apaixonada!<br />Liberte-me...<br />"Estás hipnotizada. Nada conseguirás! Nada conseguirás!"<br />Liberte-me... Liberte-me... Liberte-me da minha consciência.<br />Me leve!<br />Estarei pronta para senti-la:<br />Satisfaça-me.<br />E a Arte é o que sobra do desespero.<br />A complexidade camuflada em cores quentes, o ápice, que quando exposto faz os olhos congelarem e os batimentos pararem; alucinados; tão completo que se torna capaz de entregar-se à vida, à ardência, ao desejo.<br />É o quê não existe, mas que pode ser tocado:<br /><span style="font-style:italic;">Perfection</span>.Giovanahttp://www.blogger.com/profile/04158705054090786205noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-987119243604220214.post-25711787099706189582011-04-17T18:39:00.011-03:002012-02-21T02:33:57.609-02:00DiagnósticoHoje vejo as suposições como formas de obstruir as verdades, a fim de proporcionar razão à falta de lógica; À falta de realidade que existe em nossas certezas formadas através de um quarto de exemplo: Um terço de veracidade.<br />Veracidade apenas por iludir a existência e, através disso, existir.<br />O que um dia foi essência, hoje é doença. <br />Nos juntamos aos semelhantes pela facilidade de convívio e compreensão, mas e os que não se juntam? Qual é o diagnóstico?<br />O que falta na verdade é a essência, e na doença, as suposições.<br />Nada é como parece até fecharmos os olhos.Giovanahttp://www.blogger.com/profile/04158705054090786205noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-987119243604220214.post-51205164665546929752011-02-27T11:31:00.011-03:002011-02-27T13:38:00.663-03:00Let's dance, Nino.Como um meio observador, embora não sem razão, notei os fios queimados do seu cabelo amanhecido. Tão bela era aquela criatura com montanhas nas sobrancelhas e estradas nas costelas. Tão doce... E como saber se segurando sua mão a terei para sempre? E se segura-la representar a entrega do seu corpo e não da sua alma? Gostaria de caçar seus segredos como quem caça borboletas, sem dor...<br />Como um meio apaixonado, embora não sem razão, falo sobre o tempo e ao mesmo tempo o perco. Quantos outros notaram o que notei? Quantos outros usaram as palavras que usei?<br />Como um meio sonhador, embora não sem razão, abraço sua beleza e sua loucura: Sua beleza por ser perturbadora e sua loucura por faze-la enxergar em mim uma possibilidade... Persista minha Nina, persista em mim.<br />(...)<br />Gosto das tuas mãos.<br />Gosto da tua respiração enquanto dirige sob a chuva. <br />Um, dois! Teu olhar me engole num súbito sorriso e num pequeno beijo sobre os ombros.<br />Dê-me tua mão, quero te levar para correr no campo... segure-a bem forte!<br />"Let's dance, Nino" <br />Quero conhece-lo.<br />Curvaremos todas as árvores e deitaremos onde o vento for mais forte.<br />Se nos perdermos uma vez, talvez jamais nos encontraremos. <br />Mas e se, no momento, apenas dançarmos?<br />Tu és uma possibilidade, não seja uma possibilidade...<br />Queira me conhecer também.<br />Let's dance, Nino. <br />Let's go.<br />(...)Giovanahttp://www.blogger.com/profile/04158705054090786205noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-987119243604220214.post-30339134396245961922011-01-31T21:39:00.001-02:002011-01-31T21:39:57.955-02:00<p>Pensamentos se vão no meio tempo em que trocam-se frases e sentimentos. Algum tempo se passou e você ainda observa as constantes mudanças de humor ao seu redor. Elas não são importantes nem relevantes, porém são provas de que você se perdeu…sempre há a esperança de se encontrar num rosto, ou no acaso.</p> <p>Naquele verão te disseram que as nuvens viriam logo. E o que fazer quando não se pode lutar contra a ordem natural das coisas?</p> <p>Naquele verão foi fácil entregar-se aos lençóis quentes. Entretanto, o calor não pôde esquentar as solas dos teus sapatos. Para onde você foi?</p> <p>Pensamentos invadem o meio termo entre imaginar o inimaginável e desejar o indesejável. Foi por sua causa que as folhas tomaram o céu e o chão em segundos; Foi por sua causa que as cartas voaram e partiram; Foi por sua causa o grito, o desconcerto, o silêncio.</p> <p>Naquele verão te disseram que as nuvens viriam logo, porém esqueceram de alertar que seriam elas que trariam a paz.</p> <p>E o que fazer quando se luta contra a ordem natural das coisas?</p> <p>Recomece, apenas recomece.</p> Giovanahttp://www.blogger.com/profile/04158705054090786205noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-987119243604220214.post-27652147528605050052011-01-18T16:11:00.001-02:002011-01-18T16:11:06.228-02:00Eu não falo de Amor<p><em>Não falo de amor, meu jovem. O amor é algo que devemos viver e eu já não tenho fôlego para isso. Sobrevivo apenas entre goladas de café, uma vez ou outra mantendo minhas pálperas ardentes. Mas não, não falo de amor.</em> <p><em>Minha mente é espada e fonte de todas minhas misérias. Eu escolhi falar sobre minha liberdade e tenho total consciência sobre meu fardo. Por isso, não me julgue e não me aprisione, pois eu não irei falar de amor…</em><i></i> <p>Pobre quadro envenenado, perdido nas paredes de mármore. Suas cores trazem sentimentos repreendidos, assim como a maioria dos humanos. Sua participação é quase nula, é para poucos, não? É uma camuflagem, nenhum desses merecem seu vermelho. <p>Seus mistérios baseiam-se em segredos mal guardados e mal escondidos. Sua liberdade de expressão é fazer com que o homem nunca os descubra, embora estejam tão em carne viva. <p>Aceitar sua objetividade é como soldar a ponta desta espada aparentemente absoluta. Seu lábios abstratos gritam por entendimento, por envolvimento, por paixão. <p>Pobre quadro envenenado, tão certo quanto a sua origem e tão cego para enxergar o seu futuro. Não poderá, como um pobre homem, dançar em um leilão de vaidades. Não poderá, como uma doce Monalisa, sorrir para os seus: Caberá a si próprio a sua própria beleza. <p><em>Por isso eu lhe digo, meu jovem: Cabe a você definir o seu valor. E dentre todas as minhas razões, é por isso que eu não falo de amor.</em></p> Giovanahttp://www.blogger.com/profile/04158705054090786205noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-987119243604220214.post-14473378299864004022010-11-01T18:17:00.003-02:002010-11-01T18:25:33.505-02:00Gaveta nº 1"E já não posso esperar o momento de começar a viver"<br /><br />Indago entrelinhas antes de tornar tais palavras reais, e junto com meu bom senso, ajusto-me a vida como quem compra um número menor de calça jeans: não me importo de ser incabível pelo fato de não poder esperar o momento de transbordar voz entre as palavras. E se, num deslize, as mesmas se tornarem submissas à lógica, não esperarei o momento de dizer que não tenho pressa em viver, mas sim urgência em por em prática tudo aquilo que já sou na teoria.<br />Não. Não possuo nenhuma espécie de medo em frente as minhas realizações. A minha explicação para isso é a ira que sinto quanto à falta de circunstâncias que me impedem de viver o que eu sou.<br />Talvez sejam as lacunas, ou essa vontade de sentir em quantidades desumanas.<br />Hoje carrego comigo o peso da consequência, porém ainda relevo o direito de acreditar em algo maior. E nesta noite, nada será mais importante.<br />Eu tenho o direito de acreditar.<br />Eu desejo poder acreditar.<br />E já não posso esperar o momento de começar a encontrar.<br />Já não posso esperar o momento de calçar as sandálias e correr ao seu encontro.Giovanahttp://www.blogger.com/profile/04158705054090786205noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-987119243604220214.post-91878264334220371212010-10-31T22:37:00.011-02:002010-10-31T23:35:54.965-02:00E depois disso, desejo apenas que o tempo não afete minha esperaNão me peça para ser o que sua mente imagina, já basta minha própria consciência.<br />Os dias passam muito rapidamente e eu sinceramente não os sinto, e nem quero os sentir. Permitir que o tempo influencie minhas atitudes não me faz ser uma pessoa íntegra, pelo contrário, me faz perder a hora e o pensamento. Por esta razão, não me faça andar sobre o muro, correndo o risco de esquecer que a superfície ocupa pouco menos que a sola dos meus pés.<br />Eu preciso de segurança e não é a segurança que seus braços conhecem. Preciso alimentar o desejo de me surpreender e buscar palavras no extremo de mim, perder o controle e saber que ainda assim estou com os pés no chão. Busco um equilíbrio que tire totalmente minha razão, mas que ao mesmo tempo me certifique de que era exatamente isso o que eu procurava.<br />Enquanto jogo minhas palavras, concluo que a realidade é muito pouco. Que o que temos é muito pouco para satisfazer nossas próprias esperanças. Portanto, se somos predestinados a partilhar tudo o que temos, quem irá se arriscar a partilhar comigo?<br />É isso que procuro:<br />Alguém que tenha coragem de descobrir quem eu sou, e que se disponha a aprender o que eu tenho para ensinar.Giovanahttp://www.blogger.com/profile/04158705054090786205noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-987119243604220214.post-53442903927963235532010-10-30T02:30:00.005-02:002010-10-30T02:41:42.690-02:00Pouco mais do inteiro de mimTenho pouco menos que meia vida e o meu pensar pesa uma eternidade.<br />Meu corpo pede cansaço, minha alma pede descanso.<br />Sinto falta daquilo que me é inédito;<br />Sinto falta de sentidos aguçados, não apenas inquietos. <br />Tenho pouco mais de duas moedas e não posso partir. Não posso encontrar.<br />Meus ouvidos pedem pássaros.<br />Passos, laços, cascos!<br />Minhas pernas pedem pressa, minha mente pede calma.<br />Tenho pouco menos da metade de mim.<br />Tenho só aquilo que não me parece inédito,<br />Encontro só aquilo que me é interdito:<br />Um pouco mais da metade de mim;<br />Pouco mais do inteiro de mim.Giovanahttp://www.blogger.com/profile/04158705054090786205noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-987119243604220214.post-18003019313145021732010-07-12T23:45:00.003-03:002010-07-13T00:10:48.666-03:00Numa época distante do tempo, lenços brancos dançaram no vento. <br />O cavalo jogou retalhos da grama verde ao ar e não se preocupou com a velocidade de suas sombras e reflexos.<br />A diante apenas caminho, <br />para trás apenas destino.<br /><br />O que lhe passa neste momento?Giovanahttp://www.blogger.com/profile/04158705054090786205noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-987119243604220214.post-50040319464896347542010-06-25T01:22:00.006-03:002010-06-25T02:10:45.591-03:00PropostaÀs seis horas da manhã terá um banco vazio na padaria, ao lado da máquina de café.<br />O jornaleiro encostará sua bicicleta no prato do dia e trará algumas maçãs velhas para o passarinho da senhora de cabelos tingidos.<br />Será uma manhã laranja, dessas feito primavera. Dessas que arrepiam os ombros.<br />"Um pingado, meu Senhor"<br />Na mesma intensidade com que a criança rabiscará o bloco de notas, o fluído esquentará o copo quadriculado, que escurecendo os olhos, causará rachaduras nos lábios enquanto se transforma numa mistura homogênea e clara, clara como o leite.<br />Será uma estranha maneira de sentir paz.<br />Será como o homem correndo em plena avenida, como os pés seguindo para o trabalho, como a música nas janelas dos ônibus.<br />Às sete horas da manhã, ainda terá um banco vazio na padaria, ao lado da máquina de café.<br />A moça de preto pintará os olhos timidamente em seu espelho quebrado e o homem bocejará ao olhar o sinal vermelho.<br />O sol refletirá no toldo amarelo, agora com mais fervor, arrepiando também a espinha. Será possível ouvir a mangueira molhando o quintal e a ambulância atropelando o meio fio.<br />O banco vazio na padaria será tomado por belas calças importadas, de um azul raro, sandálias vermelhas. Será uma estranha forma de sentir paz, uma vez que o vazio fará ser notável os detalhes, e incontestavelmente, a presença.<br />Os dias serão reais como a espera. A espera de que às seis horas da manhã, talvez num dia cinza, desses de inverno, seu jeans desbotado ocupe o banco vazio da padaria.Giovanahttp://www.blogger.com/profile/04158705054090786205noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-987119243604220214.post-16884412935975325962010-06-13T00:13:00.009-03:002010-06-13T01:09:42.982-03:0000:47Quero minha seriedade de volta.<br />Vivi sob espantalhos, rindo da minha própria falta de fé. <br />Incompleta de soluções que se dão por pequenos momentos perdidos na cama... no cansaço, na oração.<br />Quero minha razão de volta.<br /><br />Devo me ajoelhar.<br />Cortar as mechas do cabelo e escrever sobre a madrugada e a avenida silenciosa.<br /><br />Quero meus pincéis de volta.<br />Quero minha voz rouca e os meus olhos embriagados.<br />Quero não dizer uma palavra mal pensada:<br />Quero minha seriedade de volta.Giovanahttp://www.blogger.com/profile/04158705054090786205noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-987119243604220214.post-7488062165974020312010-05-25T23:21:00.013-03:002010-05-25T23:53:09.038-03:00MonólogoAs vezes<br />são quase 100 anos.<br /><br />Um pequeno esconderijo e uma influência insana.<br /><br />Vamos tomar um banho de lama e beber um pouco de drama.<br />Eu quero gritar, eu não quero falar.<br />Preciso me sentir humana...<br />ou partir.<br /><br />Eu quero beber e tropeçar na água<br />correr sobre a minha alma e perder todo o controle.<br />Eu quero gritar!<br />gritar palavras intermináveis que não passam de estupidez.<br /><br />Quero transformar teus olhos num caleidoscópio.<br />Não irei juntar os pedaços.<br /><br />As vezes<br />são quase 100 anos<br /><br />Sempre me parece passageiro.Giovanahttp://www.blogger.com/profile/04158705054090786205noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-987119243604220214.post-28046131429625163442010-05-23T12:13:00.004-03:002010-05-23T19:31:52.318-03:00Enquanto eu puderEnquanto eu estiver em baixa<br />Enquanto conversas paralelas desviarem minha atenção<br />Permanecerei calada<br />atravessando as pontes que me levam para o norte.<br /><br />Enquanto as noites esfriarem minhas mãos<br />Enquanto as estrelas caírem sozinhas<br />jogarei os cigarros fora<br />Permanecerei ilícita<br />sem pensamentos... sem dores.<br /><br />Enquanto eu estiver em alta<br />Enquanto minha máscara de ferro se cansar da verdade<br />e finalmente me jogar do ponto mais alto<br />Estarei dormindo...<br /><br />Enquanto eu estiver em alta<br />não será bom o bastante.<br /><br />Pensei em ser a melhor<br />mas nunca será bom o bastante.<br /><br />Atravessando as pontes que me levam para o sul<br />Permanecerei calada.Giovanahttp://www.blogger.com/profile/04158705054090786205noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-987119243604220214.post-23427072971286012662010-04-21T22:42:00.008-03:002010-04-21T23:30:12.532-03:00Cuida de mim<span style="font-style:italic;">Cuidarei de você.</span><br /><br />Iremos para a minha casa e eu te farei um chocolate quente. Enrolarei teus pés na coberta e esperarei os seus olhos fecharem.<br />Não me olhe deste jeito, eu posso dormir no sofá, tenho alguns lençóis no armário da escada, e...<br />Deixe-me cuidar de você.<br />Pensei em ler algumas histórias, se por um acaso você não estiver cansada demais.<br />Pensei em te levar na estação pela manhã, acenar por alguns minutos e me conformar com sua partida.<br />Preciso de tempo... <br /><span style="font-style:italic;">Preciso cuidar de você;<br />pelo menos por uma noite.</span><br /><br /><br />...<br /><span style="font-style:italic;">Cuidarei de você.</span><br /><br />Envolverei teus elos.<br />Caminharei diante das trevas e das tréguas, tomarei sua mão dos bolsos fundos e as esconderei na camurça velha do meu casaco.<br />As portas estão trancadas, mas se me permitir abro-as em poucos segundos.<br />Permita-me.<br />Recolherei teus olhos e te farei ouvir minhas palavras, as tuas palavras, se ainda estiver consciente.<br />Sonhe, sonho de todas as manhãs, sonhe para sempre... O amanhã pode esperar por nós ou ir embora com as suas passagens.<br />Necessito que os ponteiros percam a hora como eu estou perdendo a sua presença.<br /><span style="font-style:italic;">Preciso cuidar de você;<br />pelo menos por uma noite.</span>Giovanahttp://www.blogger.com/profile/04158705054090786205noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-987119243604220214.post-66622403259444676192010-02-23T00:12:00.008-03:002010-02-23T11:03:33.311-03:00Perto de uma fuga formidávelE foi assim, sem ao menos um gesto de boa noite, que seus olhos perderam os meus de vista. Já se passaram tantas primaveras, e as recordações viraram apenas retratos antigos. Confesso que me sinto envergonhada por não saber relembrar as sensações que me eram tão familiares naquele tempo.<br />Todos os dias, no mesmo horário, me recordo da proposta tentadora de procurar novamente a sua atenção, porém não vejo nenhuma razão para isso, exceto a minha carência.<br />Não quero transformar o seu corpo num remédio ágil para a minha solidão. Não me permito usar do egoísmo e me apoiar nos seus pensamentos para me esquecer dos meus. Não me proponho ao vício de soluções mal feitas... Eu escolho a fuga do espaço, deste espaço mal marcado pelos nossos passos.<br />E no intervalo entre uma badalada e outra, tua presença se tornou apenas uma encenação. Usei da minha imaginação para te manipular e te envolver. Te transcrevi em reticências para o meu próprio prazer. Isso não pode ser crime, não pode... Quem irá dizer que eu não posso ter as palavras que naquela noite tua boca não pôde me dizer?<br />E foi assim, sem ao menos um aviso, que você abriu a porta e partiu para um outro querer. <br />Hoje a minha espera é inevitável, porém não te pertence. Te livrei da minha realidade para o teu benefício, por isso não me peça para te arrancar dos meus sonhos. Fiz daqueles olhos perdidos um repouso, um esconderijo sutil e secreto. Eu te usei, e ainda te uso. Te uso da forma mais amável que alguém pode usar um outro alguém. E não me arrependo, jamais me arrependerei! Sei que só você pode preservar o amor que resgatei, e que um dia será de um outro olhar.<br />E foi assim, sem pretensão de sucesso, que o meu coração perdeu o seu de vista.<br />Foi assim, sem querer, que encontrei a solução para me reconstruir da sua fuga, e para finalmente, transformar tudo em realidade outra vez.Giovanahttp://www.blogger.com/profile/04158705054090786205noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-987119243604220214.post-61394481334971477222010-02-21T15:20:00.007-03:002010-02-21T23:43:09.264-03:00Ensaio sobre a realidade feita de recordaçõesOs cataventos estão furiosos avançando o traçado do céu, levam em suas voltas o som de um fim que ainda não chegou. As cores estão demasiadamente invertidas por trás das nuvens. Todos estão correndo para lugares seguros, debaixo de pontes e tetos frágeis. Ó humanidade, o que te fará gritar? <br />O suor gelado arrepia o peito descoberto, e nada é feito para ameniza-lo. O mistério foi descoberto, porém não revelado. Ainda avisto olhos vendados, mentes hipnotizadas e personalidades feridas e formadas a partir de um esboço fraco.<br />Ainda há um caminho apoiado em uma superfície de vidro, e ele não está escondido. Não, não está. Ele está ao lado de belas paisagens, ofuscado demais para ser notado. Isso não lhe parece familiar?<br />Retire as capas e os adesivos de plástico, por que nem eles permanecerão. Ó humanidade, o que te fará acordar? Tu já não encontrarás abaixo de seus pés o negro, jamais o puro, encontrará apenas o pó. O que farás com o pó?<br />Não fuja da responsabilidade que a persegue, não viva simplesmente a cima da dor e do sofrimento. Não se engane, a felicidade já não existe. Ela sim está escondida dentre as sete cores, assim como teu altruísmo.<br />Suplico que feche a caixa, peço que a destrua. Já não haverá mais ensaios, as páginas ganharão vida. Imploro que não siga com o vento, não avance os traçados já que tu podes lutar contra eles.<br />Ó humanidade, siga teu próprio caminho, e diga-me o que lhe fará caminhar.<br />Ó humanidade, não retiro a tua esperança, nem enterro o teu amor, apenas lhe pergunto:<br />Por que você mesma o faz ?Giovanahttp://www.blogger.com/profile/04158705054090786205noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-987119243604220214.post-34695013543382884012010-02-11T23:54:00.013-02:002010-02-15T16:46:50.573-02:00Entre as linhas de um lençol velhoAndo tão vazia de amores, tão corriqueira quanto às minhas memórias. As figuras não mudam, elas apenas transparecem em um fundo maior a cada minuto. Não sei bem ao certo sobre o que, mas eu quero transcender... Apenas dizer. Dizer palavras simples, não banais. Dizer o que me vier a cabeça, algo sobre o tempo real. <br />Ando tão sem emoções, tão saudosa de turbulências. Do que falarei?<br />Invento amores antigos e feridas profundas, nada me inspira. Fico presa ao contraste de idéias, entrelaçando meu mundo artificial com a realidade. Remendando meu infinito tão bem favorecido e esclarecido, com a verdade surreal e complicada. Por que não ao contrário como de costume? Nunca precisei presenciar para sentir. Por que agora preciso para demonstrar?<br />Ando tão vazia de palavras, tão rotineira quanto meus sentimentos. Como não ser repetitiva?<br />O meu desejo é o de acordar e lhe contar uma história. Uma história que carregue todo o peso da minha mente. Que te surpreenda e que te emocione, sem te entristecer. Que te faça sorrir sem tirar tua seriedade. Que te faça olhar nos meus olhos, fixar sua atenção em minha voz, te ter por alguns minutos...<br />Ando tão sem ninguém...<br />Você pode me fazer companhia? Aceito teu silêncio, até seu mal humor. Só preciso não estar sozinha. Prometo que não demorarei para fechar os olhos. Prometo que não falarei mais. Apenas fique comigo.<br />Ando tão insatisfeita, tão dependente de explicações.<br />Me guardarei por esta noite, já que as conclusões também não me acompanharam. Terminarei sem fim, porque talvez, você não esteja me ouvindo, e porque talvez, eu nem queira saber.<br />Ando tão vazia de...<br />respostas. <br />(...)Giovanahttp://www.blogger.com/profile/04158705054090786205noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-987119243604220214.post-54213597037018773902010-02-04T00:49:00.010-02:002010-02-04T23:44:32.930-02:00Do vinho pra água, da água pra chuvaMudanças que não são notáveis.<br />Uma gota d'água num balde transbordando. Um sorriso a mais para quem está gargalhando.<br />Todos sentem o frio do inverno, porém ninguém tropeça nas folhas do outono.<br />Mudanças não são aparências. Mudanças são apenas mudanças.<br />Assim como a luz junto do sol, assim como a noite na escuridão.<br />Quais são as mudanças que queremos e quais são as que enxergamos?<br />Não considero passível de sentido esperar mudanças notáveis o bastante, para então podermos presenciar a situação que nos rodeia, o que ganhamos, e o pior, o que perdemos.<br />Os grandes são aqueles que estão atentos, e nem todos os gigantes são do mesmo tamanho.<br />Nossa aproximação será convicta apenas quando colidirmos? A dor apenas será verdadeira quando a sentirmos? Mudanças positivas não são consequências, são previsões. <br />Veja que, a grande diferença não está na caminhada feita para terminar o caminho, mas sim no último e pequeno passo que o fez chegar ao fim. Sem ele, jamais teria concluído. As mudanças não precisam ser reconhecidas inteiramente, elas precisam ser notadas como pequenos grãos de areia que, juntos, ganham forma.<br />Mudanças que não são notáveis.<br />Um centavo para um milionário. Um segundo para uma vida.<br />Mudanças não são aparências. Mudanças são apenas detalhes.<br />Mudanças são apenas o primeiro passo, mas também o caminho inteiro.Giovanahttp://www.blogger.com/profile/04158705054090786205noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-987119243604220214.post-17481685344603795482010-01-29T23:15:00.012-02:002010-01-30T15:53:30.427-02:00PierTodo mundo precisa de inspiração, todo mundo precisa de uma alma feita de uma bela melodia. Todo mundo precisa, em alguma parte do tempo, todo mundo precisa de um pensamento.<br />Um pensamento, é tudo o que tenho.<br />É você quem puxa o sol todas as noites? Porque me faz vir a sua procura se foge com o horizonte... É lá seu esconderijo?<br />Sinto a necessidade de permanecer sóbria, porém como o farei se possuo uma alma viajante? Tudo o que vejo são limites. <br />Lá fora as noites desejam a luz, e o amanhecer o brilho das estrelas. As pessoas buscam por certezas para então poderem correr delas. Se estou a salvo aqui, este deve ser o caminho mais longo para o fim. Agora também avisto uma verdade.<br />Todo mundo precisa de lentes de contato, todo mundo precisa de tempestades. Todo mundo precisa, em alguma parte do tempo, enxergar enquanto os olhos dormem. <br />E se eu não estiver com os pés no chão, ainda terei meu pensamento, ainda terei o pier, ainda poderei olhar para você. Deixe-me ver tua face, deixe-me ter forças para nadar, deixe-me ser apenas um sonho.<br />Todo mundo precisa de um sonho, em alguma parte do tempo, um pensamento, todo mundo precisa de uma viagem para então estar a salvo.<br />Estarei aqui, enquanto for pra sempre, é tudo o que tenho. <br />Tenho um pensamento, de poder olhar para você, do pier.Giovanahttp://www.blogger.com/profile/04158705054090786205noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-987119243604220214.post-84380692724232790352010-01-16T15:15:00.018-02:002010-02-15T16:47:08.420-02:00Algum tipo de SistemaJá não se sente, já não se modifica.<br />É fácil, passivo, contínuo, atrativo.<br />É como pegar o mesmo caminho todos os dias para ir trabalhar. <br />Já não é preciso a orientação das placas que são reproduzidas no retrovisor. Se acostumar com a presença delas nos faz não as enxergar. <br />Quando nos acostumamos, podemos considerar o inaceitável como apenas um fato normal, apenas a realidade.<br />Quando é que a normalidade se transforma em dificuldade?<br />Ser normal não é se enquadrar, se ajeitar, ser como deve ser. Ser normal, normalmente, é se aprisionar e apenas seguir a receita urbana.<br />Será que perdemos as respostas que tanto procuramos por estarmos acostumados a não encontra-las?<br />Eu proponho: Pegue o modo como olha para você e veja o mundo. Agora pegue o modo como vê o mundo e olhe para você.<br />É tão fácil se enganar e usar o atalho que todos utilizam, com a certeza de ser único, quando na verdade está apenas sob um ângulo diferente.<br />Mudar não é pegar um atalho, mudar é criar um novo caminho.<br />A vida é uma estrada de mão dupla.<br />Há sempre dois extremos querendo entrar em equilíbrio. Aceita-los é se transformar em uma pessoa normal. Se impor é criar uma terceira via, aquela que te levará, não à normalidade, mas sim ao auto-conhecimento.<br />Lembre-se: A vida é uma estrada de mão dupla.<br />A sua vida é o desequilíbrio entre elas.<br />Porque não escolher um outro caminho amanhã?<br />O difícil não é a escolha, e sim o convívio. Tudo depende do seu nível de vulnerabilidade, tudo depende do seu estágio de acomodação... <br />Ou seria de "acostumação"?Giovanahttp://www.blogger.com/profile/04158705054090786205noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-987119243604220214.post-15576998359755789522010-01-10T21:22:00.021-02:002010-01-12T18:31:54.790-02:00Onde você está, Querido?Eu preciso quebrar alguns espelhos que ainda refletem a sua imagem. Quero te-lo feito chuva de dezembro, por inteiro, intenso. Não apenas mais uma fotografia.<br />Eu preciso quebrar o que sempre foi igual, como o frio no mês de julho, quero uma luz amarela.<br />Antes, as gotas de chuva não te deixavam ouvir minha voz pelo telefone, porém agora, o sol gritou em meu lugar, você respondeu, surpreendido.<br />Qual é a sua vontade, Querido? Agora sou eu que não posso te ouvir.<br />Nunca vi ninguém suportar essa dor, até encontrar os teus olhos.<br />Você é vencedor dos jogos que criou, se orgulha das alternativas que encontrou, e até acha graça quando me esquece por alguns segundos nos braços de outro alguém.<br />Qual é o único troféu que ainda não conseguiu? Já pensou nisso, meu Querido?<br />Você sempre esteve comigo e eu sempre estive com você. <br />Aonde estamos agora? Veja onde estamos agora.<br />Com suas palavras seguras, você quase consegue me convencer. <br />Eu disse quase.<br />Olho para onde estamos agora, vejo que ainda somos amigos guardados em algum bolso da calça <span style="font-style:italic;">jeans</span>.<br />Imagine onde estaremos amanhã, isso lhe agrada?<br />Estou te deixando ir.<br />Fugir pode significar medo, entretanto também é liberdade. <br />Por isso, te deixo livre, meu Querido. <br />Esperando que você veja onde estamos agora, feito folhas que caem num outono qualquer, conformadas.<br />Sempre esperando que veja por um momento nós, e não apenas você, <br />meu Querido.Giovanahttp://www.blogger.com/profile/04158705054090786205noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-987119243604220214.post-63769552523646947532009-12-31T10:07:00.025-02:002010-01-06T22:28:28.888-02:00A falta não é saudadeA falta não é saudade.<br />A saudade é um atalho; A falta é a espera.<br />Sinto saudade da sombra das árvores que existiam do outro lado da rua, até das folhas que camuflavam meu quintal. Como é fácil pensar que logo posso substitui-las plantando outras no lugar.<br />Por esta razão, não sinto saudade daquilo que sinto falta, pois sentir falta é não ter a semente, é possuir apenas a presença de uma vaga vazia e insubstituível. <br />Sentir falta é a ausência do que nos pertence sem pertencer. É saber que não éramos os únicos donos de nós mesmos. <br />A falta não é saudade.<br />A saudade é vulnerável; A falta é absoluta.<br />É como esperar o sol em pleno inverno.<br />Ele poderá bronzear as nuvens uma vez ou outra e satisfazer à quem sente saudade. Porém, a quem sente falta, só restará a espera, mais uma vez. Apenas a certeza de uma incerteza previsível de que ele aparecerá.Giovanahttp://www.blogger.com/profile/04158705054090786205noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-987119243604220214.post-69647926929062977762009-12-16T17:04:00.012-02:002009-12-17T12:25:04.038-02:00Desejos sem óculos de grauHoje pela manhã, ensaiei palavras de felicidade. <br />Rascunhei cartas sem endereços, empilhei fotos tiradas através dos meus olhos.<br />Caminhei pelos trilhos, pés no chão, dedos ao ar desenhando formas sem sentido.<br />Eu ensaiei palavras de otimismo. <br />É tão fácil com um pouco de imaginação!<br />Afastei um pouco a terra do banco velho. Me deitei de forma em que pudesse ver o céu de maneira clara. <br />Comecei com lembranças das horas que passei diante do espelho, encontrando ângulos perfeitos, esperando que alguém os encontrasse também. Pensei em todos os minutos que desperdicei pintando meus olhos para disfarçar uma fragilidade qualquer, esperando que alguém pudesse enxerga-la.<br />Eu gostaria de saber, quantos dias esperei que me vissem através de um raio de sol, e não camuflada em meio a uma tempestade.<br />Decidi abrir algumas gavetas, aqui dentro de mim. Delas saíram as imagens do sol queimando a madeira oca, da chuva molhando as sacadas, do arco-íris pintando o céu. Sempre guardei os melhores momentos do dia para projetar uma cena perfeita, espontânea, eterna.<br />Eu ensaiava momentos de alegria, aqueles que eu sempre possuí em meus sonhos.<br />Como eu desejei que alguém pudesse ver.<br />Estes momentos iriam substituir as definições esboçadas em alguma tela. Ou, quem sabe, algum pedaço de papel carimbado com as minhas palavras previsíveis.<br />Como eu desejei que alguém não as pudesse enxergar.<br />Palavras ensaiadas podem ser artificiais, ou até mesmo, perfeitas demais, porém, carregam sentimentos despreparados para o primeiro encontro, algo muito maior que não pode ser levado pelo vento.<br />As cartas podem não olhar nos olhos, podem não entrelaçar as mãos. Mas as cartas, arranham o mais profundo dos despreparados, acariciam os que não podem dizer de outra forma.<br />Minhas cartas não pedem socorro; <br />Minhas palavras não dizem quem eu sou;<br />Minhas palavras não me escondem da realidade...<br />Minhas palavras ensaiam momentos de felicidade.<br />Hoje pela manhã, ensaiei palavras de felicidade, acabei perdendo a hora.<br />Como eu desejei que alguém pudesse ver.Giovanahttp://www.blogger.com/profile/04158705054090786205noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-987119243604220214.post-39757933963842237442009-11-30T07:56:00.006-02:002009-12-02T16:45:17.851-02:00A PianistaUm pensamento vago, dançando por entre notas engasgadas. Sob falsos soluços, tropeços em agudos árduos. O grito abafado numa canção, inércia de uma alma; Caindo pelos vales dos contraltos, inércia de mim.<br />Diante de um espelho oculto, sua cartola lança cada carreira de teclas, cada sequência de sons...<br />Sensações humanas entrelaçadas com o desconhecido.<br />Posso sentir a leveza de seus dedos queimando suas inseguranças; A ferocidade de suas pálpebras constantemente fechadas, dolorosas. Trombetas costuradas a cada partícula presente nesta sala, sinfonia de anjos batendo contra os limites de concreto.<br />Meu peito, agora perfurado por uma flecha envenenada, transforma em êxtase o resto de minhas terminações nervosas... A claridade e a nitidez dão lugar à ansiedade das sinapses.<br />Os passos pela grama molhada, a inalação do aroma, o canto dos pássaros... Ainda escuto sua canção, pianista.<br />Amada, toque para a satisfação dos meus sentidos, preencha com vida esta melodia, que neste momento me entrega sua própria.<br />Esta música... ela flutua até os ouvidos do meu coração, minha <span style="font-style: italic;">cantante</span>.<br />Um pensamento vago, caminhando por entre notas engasgadas... Sob falsos soluços, tropeços... Ainda lhe peço:<br />Dance de encontro a mim, pianista.Giovanahttp://www.blogger.com/profile/04158705054090786205noreply@blogger.com3